Fulcanelli (1839 - fl.1953)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Entre os filhos da Ciência Mãe, a Alquimia, quem mais se aproximou do segredo indizível do Grande Arcano foi o Mestre Fulcanelli, porém sem atrever-se a rasgar o véu do Santuário. Esse Artifício que constitue o Secretum Secretorum, o Magnum Misterium requer a ajuda de um Agente oculto, de um fogo secreto o qual Fulcanelli apenas mencionou.

Fulcanelli é o pseudónimo de um alquimista francês contemporâneo autor de O Mistério das Catedrais 1926 e de As Mansões Filosofais 1930, duas magnificas obras de alquimia.

Fulcanelli foi o Mestre de Eugene Canseliet desde 1915. Entre 1922 e 1923, após receber o Dom de Deus, produziu a Pedra Filosofal e operou uma transmutação de 100 gramas de chumbo em ouro no laboratório da fábrica de gás de Sarcelles.

Desapareceu pouco antes da publicação do seu primeiro livro e só voltou a aparecer ao seu discípulo em 1953, na cidade espanhola de Sevilha.

O MISTÉRIO DAS CATEDRAIS:"Apresenta a Catedral fundada na Ciência Alquímica, investigadora das transformações da Substância Original (Energia Sexual) da Matéria Elemental. Pois a Virgem Mãe despojada de seu véu simbólico (o Véu de Isis), não é mais que a personificação da Substância Primitiva que empregou para realizar seus desígnios o Princípio Criador de tudo o que existe. Maria, Virgem e Mãe representa pois a Forma; o Deus Sol Pai é o emblema do espírito Vital. Da união destes dois princípios resulta a matéria viva, submetida às vicissitudes das Leis de Mutação e Continuidade. Surge então Jesus, o Espírito Encarnado, o fogo que toma corpo nas coisas; tal como conhecemos: “E o Verbo se fez Carne e habitou entre nós.” (Mistérios das Catedrais, pág. 85)."





"Fulcanelli, é o pseudónimo de Jean-Julien Champagne. Naquela época, como já foi referido ele frequentava também a Livraria do Maravilhoso, propriedade de Pierre Dujols, onde se reunia um grupo famoso de alquimistas à volta de René Schwaller de Lubicz: Henry Coton Alvart, Jean-Julien Champagne, Celli e ainda outros. Pierre Dujols foi mestre de Coton e amigo de Champagne. Foi, como já dissemos, depois da morte de Pierre Dujols, que Jean-Julien Champagne se apoderou dos seus manuscritos sobre alquimia e corta relações com a esposa de Dujols.
Jean-Julien Champagne entrega os manuscritos das "
Les Demeures Philosophales" ao seu discípulo Eugène Canseliet para os publicar sob o pseudónimo de Fulcanelli, sem lhe dizer que eles eram provenientes de Pierre Dujols. Eugène Canseliet chamou sempre a Champagne de "meu Mestre". Resumindo: Jean-Julien Champagne fazia-se passar por Fulcanelli aos olhos de Canseliet e de Boucher mas foi sempre Pierre Dujols que estava por detrás de tudo.
Nos Fulcanelli há escritos de Schwaller, Coton, Champagne e muito mais de Pierre Dujols, porque ele era, sem dúvida, o Mestre principal de todo o grupo Schwaller. Foi uma "cabala" bem urdida com vista a fazer passar Jean-Julien Champagne por Fulcanelli.
Tudo isto foi confirmado pela autora do livro "Fulcanelli Devoillé" Me. Geneviève Dubois.



As Mansões Filosofais.


Não há dúvida de que este livro (na edição francesa são dois volumes) é o mais conhecido e o mais apreciado dos estudantes de alquimia de todo o mundo. Contém os segredos da Grande Obra.
Moradas Filosofais: ":“A Alquimia, remontando-se do concreto ao abstrato, do positivismo material ao espiritualismo puro, amplia o campo dos conhecimentos humanos, das possibilidades de ação e realização da União de Deus e da Natureza, da Criação e do Criador, da Ciência e da Religião. A Ciência Alquímica não se ensina. Cada um deve aprendê-la por si mesmo, não de maneira especulativa, senão com a ajuda de um trabalho perseverante, multiplicando os ensaios e as tentativas, de maneira que se submetam sempre as produções do pensamento ao controle da experiência.” Este insigne Mestre, em linguagem alegórica, na qual encontramos amplos e profundos conhecimentos da doutrina Gnóstica, mui ocultamente nos entrega o Grande Arcano: “O Alquimista deve unir-se a esta Virgem em corpo e alma, em Matrimônio Perfeito e indissolúvel a fim de recobrar com ela o Andrógino Primordial e o estado de Inocência” (Moradas Filosofais, pág. 22)."
“Na segunda janela, não deixa de suscitar curiosidade uma cabeça rubicunda e lunar, coroada por um falo; descobrimos nela a indicação expressiva dos Dois Princípios cuja conjunção engendra a Matéria Filosofal. Esse Hieroglífico do agente e do paciente, do Enxofre e do Mercúrio, do Sol e da Lua, pais filosóficos da Pedra, é suficientemente eloqüente para ministrarmos a explicação.” (Moradas Filosóficas, pág. 233).Revela os segredos das Catedrais Góticas, resumindo que toda a Verdade, a Filosofia, a Religião, está baseada na Primeira Pedra, sobre a qual repousa toda a estrutura do Templo e é este mesmo Arcano o que se encontra nas Pirâmides do Egito, Templos da Grécia, Catacumbas Romanas e Basílicas Bizantinas.
“Tudo quanto buscam os sábios está no Mercúrio (Energia Sexual) ou melhor, na Pedra (sexo); a natureza é função desse Vaso (órgãos sexuais), que tanto se comenta sem saber o que é capaz de produzir; sem esse mercúrio tomado de nossa Magnésia, nos assegura Filateo, é inútil ascender a lâmpada ou Forno dos Filósofos (o chacra Mulhadara). Qualquer profano que saiba manter o Fogo executará a Obra tão bem como um alquimista experiente; não requer perícia especial nem habilidade profissional, senão todo o conhecimento de um curioso Artifício que constitui o Secretum Secretorum, que não foi revelado; sem dúvida, os investigadores que com êxito remontaram os primeiros obstáculos e extraíram Água Viva da antiga Fonte, possuem a chave capaz de abrir as portas do laboratório hermético” (Moradas Filosofais, págs. 287, 299, 300, 302)."
 
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Samael Aun Weor ( 1917 - 1977 )

É o nome espiritual de Victor Manoel Gomes Rodriguez. Escritor, filósofo, sociólogo e esotérico. Foi o precursor de uma reformulação dos conhecimentos apresentados pela Gnose escrevendo um novo tratado filosófico no qual cita ensinamentos contidos no budismo, hinduísmo, rosacrucianismo e teosofia constituindo a base do Gnosticismo Contemporâneo. Também fundou o Instituto Gnóstico de Antropologia e escreveu mais de sessenta livros.


Essencialmente, propõe como método para o desenvolvimento espiritual do indivíduo, a intensa vivência dos 3 Fatores de Revolução da Consciência, que foi continuamente enfatizado por Samael em todos os seus livros, tais fatores conduzem o ser humano à Liberação Final:



1. Morte: (Eliminação dos elementos psicológicos indesejáveis, origem das fraquezas humanas, infelicidades, dores e erros, produzindo o Despertar da Consciência);
2. Nascimento: (Criação através do exercício consciente do Amor e do Grande Arcano, veículos superiores que possibilitem investigar e comprovar as verdades cósmicas, além de desenvolver as faculdades latentes no homem); e
3. Sacrifício de Humanidade: (Prática do altruísmo e da caridade, entregando desinteressadamente e sem distinção, um ensinamento regenerador às pessoas que anelam a Auto-Realização Íntima do Ser).



O Secretum Secretorum, o Magnum Misterium requer a ajuda de um Agente oculto, de um fogo secreto. Este segredo alquímico revelado pelo Mestre Samael Aun Weor é o fundamento da Pedra Filosofal, o Elixir da Longevidade. Todos os Mestres para chegarem à Ressurreição, tiveram que encarnar esse conhecimento, tiveram que conquistar a Pedra Filosofal, com a qual podem desafiar os enigmas do tempo.

É possível chegar a adquirir a imortalidade aqui e agora mesmo, mediante o intercâmbio atômico da alta física nuclear. Graças a este conhecimento mágico da alta física nuclear, o V. M. Samael Aun Weor, pode continuar seu trabalho alquímico até aperfeiçoar a pedra filosofal.


No ano de 1977, disse: "Nestes precisos instantes, meu Senhor Interior Profundo, está em seu Santo Sepulcro. No ano de 1978, meu Senhor Interior Profundo, ressucitará em mim e eu NÊLE para poder realizar a gigantesca OBRA pela humanidade. E será ELE, quem a fará, e não minha insignificante pessoa que não é senão um instrumento. Porém ELE em sí, é perfeito e ELE a faz porque é perfeito. De maneira que dou testemunho do que me consta, do que vivi."




Sete Cátedras de V.M. Samael Aun Weor
TRATADO DE ALQUIMIA SEXUAL
A PEDRA FILOSOFAL E O SEGREDO DOS ALQUIMISTAS
A MAGIA DAS RUNAS
CURSO ZODIACAL
OS MISTÉRIOS DO FOGO
TRATADO ESOTÉRICO DE TEURGIA
Exercícios de cura e rejuvenescimento
A Medicina de Alden
Tratado Esotérico de Endocrinologia e Criminologia
O Livro Amarelo
Mais além da Morte
Tratado de Medicina Oculta e Magia Prática
TAROT Y KÁBALA
A REVOLUÇÃO DE BELZEBU
CATECISMO GNÓSTICO
ROSA IGNEA
 
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Eugène Léon Canseliet ( 1899 - 1982)


Foi um alquimista francês.
Autor de diversos livros de alquimia, entre os quais se destaca Deux Logis Alchimiques, e de diversos artigos publicados em revistas, faleceu em um sábado, 17 de abril de 1982, na cidade de Savignies, e foi enterrado em Neuville-le-Vault, numa campa próxima do seu amigo Philéas Lebesgue.
O Mutus Liber, como nome diz, é um livro mudo, sem palavras. Editado originalmente por Eugene Canseliet, e tendo seu autor permanecido anônimo, O Livro Mudo da Alquimia é uma das mais relevantes e belas produções da tradição pictórica do hermetismo medievo. O livro consiste de uma série de figuras que ilustram, do princío à sua realização, todo o trabalho alquímico.
O "Mutus Liber" é um livro composto por 15 gravuras reportando para o método da Grande Obra alquímica. Não é verdade que este livro não tenha palavras pois, logo na primeira página aparecem refrencias codificadas à bíblia e, na folha 14, existe uma expressão latina conhecida dos alquimista: "Ora, lege, lege, lege, relege, labora et invienes" ou seja, lê, lê, lê, re-lê, trabalha e encontrarás.

O facto por detrás do conceito aceite de que o livro é mudo deve-se no entanto à total incompreensão dos seus sinais por parte dos leigos em alquimia. Na verdade, apenas os entendidos poderiam descortinar as revelações das gravuras.

Note-se que para além da impressão original datada do século XVII, muito poucas edições mais tardias tem efectivamente valor. Citando um mero exemplo, logo na primeira placa, na edição original, aparece entre roseiras emaranhadas um paisagem campestre. Porém, em muitas edições posteriores, a paisagem que aparece foi modificada e observam-se agora cascatas. Este simples pormenor transforma uma c+opia de melhor qualidade e, mais agradavél visualmente, numa obra totalmente apócrifa pois, no mundo da alquimia, existem dois caminhos para alcançar o conhecimento. O primeiro é o caminho seco e, o segundo, é o caminho húmido. Um destes caminhos é mais rápido e perigoso e o outro mais lento mas mais seguro.

Assim deve ser visto o MUTUS LIBER. Uma complexa composição de imagem relatando por sinais apenas absorvivéis para os iniciados na matéria em que nada está representado por acaso. Assim, para os coleccionadores, apenas as edições mais fieís tem interesse real.

Muitos acreditam que o MUTUS LIBER foi criado por um certo "ALTUS". Este nome aparece logo na primeira chapa e reporta directamente ao anagrama de Jacob Saulat, o homem que, como se fazia antigamente, deu permissões para que este livro fosse editado. Bem que esta razão possa parecer coincidencia, estes anagramas eram frequentes no mundo da alquimia e do editorismo da época. Frequentemente, para as pessoas não serem persegui das por Roma nem verem as suas obras adicionadas ao Index, utilizavam homónimos e jogos de palavras para enganar as autoridades. Assim, um anagrama tão flagrante é quase aceite pela generalidade como apontando para o verdadeiro autor do MUTUS LIBER.
LAMINAS MUTUS LIBER
MUTUS LIBER - preto e branco
MUTUS LIBER - em cores

 
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Albert Poisson (1868-1893)


Albert Poisson é conhecido mundialmente pelas suas obras de alquimia. Filósofo e mestre das ciencias. É considerado um dos alquimistas mais famosos.


Sua obra mais famosa é "Teoria e Simbolos dos Alquimistas"
 
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Johann Conrad Dippel (1673 - 1734 )

Foi um teólogo, alquimista, e médico alemão (anatomia). Tinha o pseudonimo de Christianus Democritus, Ernst Christian Kleinmann y Ernst Christoph Kleinmann.

Estudou teologia, filosofia e alquimia na universidade de Geissen onde obteve um grau mestre em teologia no ano de 1693.

Publicou muitos trabalhos com o pseudonimo de Christianus Democritus, a maioria deles ainda está preservado. Escreveu que a religião não deve ser um dogma, deve ser simplesmente amor e auto-sacrifício.

Durante sua estada no castelo de Frankenstein praticou alquimia e anamomia. Criou um óleo animal conhecido como óleo de Dippel o qual foi proposto para ser o equivalente ao Elixir da Vida. Trabalhando com nitroglicerina destruiu uma torre, mas detectou também o uso medicinal dela. Há boatos que Dippel trabalhava com "cadaveres" na experiencia de animá-los ou dar-lhes a vida. Por causa desses boatos, Dippel foi expulso da cidade.

Em 1704 em Berlim, ele e o fabricante Heinrich Diesbach aplicaram o óleo em vez do carbonato do potassium para produzir tinturas vermelhas. Para sua surpresa obtiveram uma tintura azul "Berliner Blau", chamado também "Preussisch Blau" ou "azul da Prússia". Juntos fundaram uma fábrica em Paris.

Darmstadt: o Burg Frankenstein! Como o nome mesmo sugere, acredita-se que esse castelo influenciou a escritora Mary Shelley a escrever a história sobre monstro. Os primeiros registros que se tem desse castelo é do século XIII, e ele foi construído por uma família nobre chamada “von Frankenstein”. Um dia ele já foi uma fortaleza, mas hoje só tem duas torres e uma capela. No final do século XVII e começo do século XVIII, um alquimista e filósofo natural chamado Johann Conrad Dippel morou ali. Segundo o folclore, ele era acusado de violação de cadáveres (um crime até que comum para os filósofos naturais com interesse em anatomia). Entretanto, as histórias locais contam que ele conseguia dar vida aos mortos, e algumas vezes o próprio alquimista assinava o nome dele como sendo “von Frankenstein”, apesar de não ter nenhuma descendência da família.

O que se sabe é que a família da escritora Mary Shelley viajou pela região a caminho de Genebra, para visitar o Lord Byron, e em Genebra ela criou a história durante uma noite de contos de terror. Por isso, apesar da escritora nunca ter dito, acredita-se que ela visitou o castelo e escutou o folclore do local.
 
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Sir Isaac Newton ( 1643 — 1727)

Newton dedicou muitos de seus esforços aos estudos da alquimia. Escreveu muito sobre esse tema, fato que soube-se muito tarde, já que a alquimia era totalmente ilegal naquela época.
O seu primeiro contato com caminhos da alquimia foi através de Isaac Barrow e Henry More, intelectuais de Cambridge. Em 1669 escreveu dois trabalhos sobre a alquimia, Theatrum Chemicum e The Vegetation of Metals.
Outras publicações foram feitas por Newton sobre a alquimia. Todas profundamente importantes.


Isaac Newton foi quem mais defendeu a existência da "quintessência" em suas teorias e discussões sobre os conceitos de matéria e energia. Muitas vezes, Newton deixou transparecer a sua crença em uma força imaterial presente nos corpos materiais e nas formas de energia. Ele admitia que matéria e luz comunicavam-se por algo desconhecido pela ciência. Em suas teorias sobre a propagação das vibrações dos corpos, chamava essa essência desconhecida pelo sugestivo nome de "espírito da matéria".


"Do meu telescópio, eu via Deus caminhar! A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta. (Isaac Newton)"


Estudos em curso no âmbito do Newton Project, que vem transcrevendo vários milhões de palavras inéditas escritas por Sir Isaac Newton sobre alquimia e teologia, estão a revelar gradualmente uma tripla identidade do grande matemático e físico que abriu caminho à chamada Revolução Científica da modernidade, a partir da segunda metade do século XVII.


Esta é em suma a nova história que nos conta o livro «Newton herético», agora publicado em Portugal com a chancela da Ésquilo Editora. O primeiro Newton é o mais aclamado e conhecido, o co-inventor do cálculo infinitesimal, junto com Leibniz, o cientista que provou que a luz branca resulta de uma mistura de cores, explicou o arco-íris, construiu o primeiro telescópio reflector e a lei da gravidade universal que rege os movimentos dos planetas, dos cometas e das marés.

Este é o Newton genial, incontestável.

Só que, como em muitas personalidades originais e criadoras, Isaac Newton procurou esconder outras facetas da sua acção e do seu pensamento, que apenas partilhava com uma reduzida elite de amigos. Assim, sabe-se com fundamentadas razões que se aplicou secretamente ao longo de grande parte da sua vida ao estudo da alquimia e devotou-se igualmente a um contínuo esforço de interpretação das profecias da Bíblia.


Os seus manuscritos, finalmente disponíveis para uma análise crítica, excedem de longe os seus escritos sobre Física, e constituem um manancial precioso que está a revolucionar a imagem convencional do grande génio inglês a que os manuais nos tinham habituado.


O Newton alquímico já havia sido identificado reconhecido pelos seus biógrafos, já que tais como outros cientistas da sua época, como Robert Boyle, assumiam o interesse pela “magna arte” que iria ela própria transmutar-se na Química moderna.


O Newton praticante da alquimia passou a figurar, ainda assim com algum embaraço dos seus admiradores, nas enciclopédias e compêndios. O inventário feito até gora atribui a Newton mais de um milhão de palavras escritas sobre alquimia, apoiada numa biblioteca com cerca de 50 volumes de tratados da especialidade.

O sábio inglês calculava mesmo que a decifração dos segredos operativos da alquimia lhe poderiam fornecer o código da linguagem divina, o segredo do Logos da Criação. Newton entendia que o seu trabalho perseguia o essencial de uma tradição secreta de sabedoria, a prisca sapientia, que remontava às origens da história humana, suspeitando mesmo que os Antigos haviam já intuído a famosa lei do quadrado inverso da distância que o seu génio acabaria por descobrir.



Mas, mais complexa e controversa é sem dúvida a sua postura religiosa, a do Newton teólogo fundamentalista, crente na Bíblia como revelação de Deus, defensor da tese da corrupção dos textos sagrados por uma Igreja Católica sem escrúpulos.


O matemático que dirigiu a maior assembleia científica do seu tempo, a Royal Society, aceitava a descrição literal da Criação do Mundo em seis dias, tendo revisto, por adiamento, a data de 4004 b.C. como o ano da Criação, tal como foi proposto pelo bispo irlandês James Usher, no século XVII.





Newton, pelo contrário, achava que o Mundo havia sido criado 500 anos mais tarde! Os seus manuscritos de natureza teológica revelam um Isaac Newton inequivocamente próximo das doutrinas arianistas, formuladas no século IV por Arius, um sacerdote de Alexandria, que propunha uma cristologia original em que Deus e o Filho não eram co-eternos, sendo Jesus o filho de Deus mas não igual a Ele. Resulta daqui uma posição anti-trinitária, contra a Igreja Romana, acusada por Newton de forjar uma heresia a partir do Concílio de Niceia e sob inspiração do bispo Atanasius.


As doutrinas arianistas fecundaram inúmeras variantes, uma das quais o Unitarismo Universal que se opõe à doutrina da Santíssima Trindade católica e contrapõe um Deus único. Isaac Newton, que foi professor de Matemáticas durante 26 anos em Cambridge, por ironia, no conhecido Trinity College, teve de silenciar a sua condição herética, relativamente ao credo Protestante maioritário e manteve-se nos limites dos rígidos cânones sociais e religiosos britânicos da sua época.


A decifração destes novos documentos atestam agora que o próprio labor científico de Isaac Newton visava consolidar, no fundo, a imagem de um Universo gerido por leis determinadas por uma entidade transcendente, tal como se deduz do “escólio” da sua obra mais aclamada, os Principia Mathematica, de 1687. Um Universo dotado de um espaço infinito que o matemático identificava com o “sensorium Dei”, mas que não se confundia de modo algum com o panteísmo.



O Deus de Newton era o Deus dominador da Bíblia que, de quando em vez, intervinha ora para ajustar as órbitas de um qualquer planeta ora para evitar uma crise cometária. Este teísmo inequívoco está consagrado nos seus estudos bíblicos, em que empregou boa parte dos seus argumentos astronómicos e matemáticos para interpretar as cronologias propostas no Livro de Daniel e no Apocalipse.


Tal como milhões de Protestantes do século XVII, Newton acreditava que a História humana estava desenhada para um fim coincidente com a Segunda Vinda de Cristo; que o Papa era o Anticristo previsto pelo Apocalipse joanino, a incarnação de Satanás num derradeiro e fútil esforço para perturbar os planos de Deus; que os judeus regressariam a Jerusalém e se tornariam cristãos.


O regresso de Cristo e consequente Milénio de paz, vigiado por um Deus “de mão de ferro”, actuante a todo o momento e em todo o lugar, teria lugar nos finais do século XXI. Nunca antes de 2060, tal como Newton propõe nas suas “Observações sobre as Profecias de Daniel e o Apocalipse de S. João”, publicadas em 1733.


Os manuscritos teológicos e alquímicos de Newton, à luz da crítica histórica em curso, permitem antever um homem brilhante e intuitivo, persistente nas suas convicções mais profundas, mas também receoso de uma eventual publicitação dos seus sentimentos e convicções mais ocultas.


Desde o século XVIII que o movimento das Luzes promoveu um Newton racionalista, o primeiro a inaugurar os caminhos da fria objectividade e do determinismo científico. Não parece mais sustentável esta imagem unilateral do sábio: Newton não foi o primeiro da Idade da Razão, mas sim provavelmente o último dos mágicos.





* Doutor em História;
Universidade Fernando Pessoa






Manuscrito de Isaac Newton traria data do apocalipse




The Newton Projetc
 
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John Dee - (1527 - 1608 ou 1609)

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Foi um matemático , astrônomo, astrólogo, geógrafo e conselheiro particular da rainha Elizabeth I.Devotou também grande parte de sua vida à alquimia, adivinhação, e à filosofia hermética.


Dee era da religião anglicana. Estudou Hermetismo, Cabala, o Talmud, Astrologia e Alquimia.

Um inventário das posses de Dee mostra que ele foi um estudante de todas as artes e ciências. Ele tinha as obras completas de Platão e Aristóteles, bem como uma grande coleção de escritos Estóicos, Epicuristas, neo-Platônicos e Renascentistas. Estavam também representados os antigos poetas e dramaturgos, assim como os últimos trabalhos de matemática, engenharia e tecnologia. Ele coletou um vasto número de manuscritos sobre filosofia e ciência medievais e todo o material que pôde encontrar sobre magia e pensamento Hermético. Embora ele considerasse os teólogos Protestantes dogmáticos e auto-justificadores, ele coletou as obras de Lutero junto com as de Calvinistas e as incluiu entre Agostinho, Lactâncio, Boécio, Ramón Lull, Nicolau de Cusa e Erasmo. Ele possuía manuscritos hebreus sobre a Kabbalah e uma cópia do Corão.

Acreditava que a matemática (que considerava misticamente) era central ao progresso da aprendizagem humana. A centralidade da matemática na visão de Dee tornava-o mais moderno do que Francis Bacon, embora alguns estudiosos acreditem que a matemática foi propositadamente ignorada por Bacon por causa da atmosfera anti-ocultista do reino de James I. No entanto deve-se entender que a compreensão de Dee do papel da matemática é radicalmente diferente de nossa visão contemporânea.
Em 1558 Dee imprimiu o Propaedeumata Aphoristica (Uma Introdução Aforística) e a dedicou a Mercator, com o motto: Qui non intelliget, aut taceat aut discat (Que quem não entende ou se cale ou aprenda). Convencido de que o cosmos é tanto construído como entendido de acordo com o número, Dee combinou a melhor matemática de sua era com uma revisão crítica da astrologia, em uma tentativa de apresentar a ciência dual da astronomia-astrologia sobre uma nova base. Sugerindo uma conexão íntima entre a ótica (propagação, magnificação e reflexão da luz) e a harmônica (a ciência Pitagórica da proporção), Dee argumentou que influências astrológicas poderiam ser usadas pelo sábio de modo terapêutico. Embora os planetas irradiassem incessante influência sobre a Terra, o poder e a natureza destas influências dependiam das relações mutáveis entre os planetas e do meio em que caem seus raios. De um ponto de vista prático, isso significava para Dee que o conhecimento preciso das propriedades ocultas das substâncias, das conjunções celestes e do uso de espelhos parabólicos para focalizar e concentrar os raios permitiriam aos magos alterar estados físicos e psíquicos nos seres humanos, afetando assim os movimentos da Natureza. De um ponto de vista teórico, Dee reconhecia que o tamanho, movimento e distância dos planetas eram relevantes para seus efeitos em qualquer tempo dado. Ele mostrou que ao todo são possíveis 25 mil conjunções diferentes, e uma vez que este enorme número impedia uma investigação empírica sobre qualquer possível resultado, ele apontou para um entendimento Pitagórico da geometria e da aritmética como uma chave para a resolução de todas as combinações. Para Dee, a "astrologia vulgar" era tão moralmente aviltante como falsa. A astrologia é um aspecto da matemática, ela mesma um ramo da filosofia, que é a arte de viver corretamente. Uma vez que o sol é tanto a fonte física de luz e vida como um símbolo da Deidade manifesta, enquanto a Terra era o foco das influências celestes, a teoria heliocêntrica de Copérnico tem grande valor metafísico e o ponto de vista geocêntrico de Ptolomeu é astrologicamente útil. Dee não via conflito entre estas concepções, pois elas se dirigem para fins distintos, e as descobertas de uma poderiam ser aplicadas no aperfeiçoamento da outra.
Dee estudou com muito cuidado a tradução dos Elementos de Euclides feita por Sir Henry Billingsly, corrigindo passagens difíceis e acrescentando anotações e diversas provas novas. Para a edição de 1570 ele compôs um Prefácio Matemático, que de uma vez declarava sua visão da matemática como uma ciência filosófica, seu motivo para publicar matéria erudita no vernáculo (em vez do latim usual) e suas originais premissas a respeito das ciências matemáticas. A Deidade manifesta e mantém o mundo através do número.
"A numeração, então, para Ele era a criação de tudo. E sua contínua numeração de todas as coisas é a sua conservação na existência... A constante lei dos números... está enraizada nas coisas naturais e sobrenaturais, e está prescrita para todas as criaturas, sendo guardada inviolavelmente".

Para Dee a matemática se divide em aritmética, que trata dos números e suas propriedades, e geometria, a ciência das magnitudes. O termo "geometria", contudo, tem uma excessiva conotação terrestre, e Dee sugeriu em troca "megetologia".


"... não se arrastando no chão e arregalando os olhos com varas, réguas ou linhas, mas elevando o coração acima dos céus por linhas invisíveis e raios imortais, encontrando reflexos da luz incompreensível, e produzindo assim alegria e perfeição inenarráveis".


A matemática é a chave para abrir os mistérios dos três mundos - terrestre, astral e celeste - e a base para a astronomia e a astrologia, para a antropografia (a análise matemática do homem) e estática (a análise do movimento e da inércia), bem como para todas as ciências teóricas, experimentais e aplicadas. A matemática fornece as correlações de todas as forças e formas no homem e na Natureza.


"Podemos nos aproximar do interior, da profundeza e da visão de todas as distintas virtudes, naturezas, propriedades e Formas das criaturas. E também ir mais longe, subir, escalar, ascender e atingir (com as asas da especulação) em espírito, para contemplar o Espelho da Criação, a Forma das Formas, o Número Exemplar de todas as coisas numeráveis, tanto visíveis como invisíveis, mortais e imortais, corpóreas e espirituais".


A Heptarchia Mystica é Magia Planetária independente e moderadamente complexa, similar em estilo porém não em conteúdo a vários Grimorios Solomonicos da época. Os documentos de sua apresentação podem ser encontrados em Misteriorum Libri Quinti de Dee.

Através da matemática Dee esperava prover uma base para unificar todas as ciências em um corpo unificado e coerente de conhecimento, que incluiria a ética, a psicologia e a ciência da espiritualidade. Para Dee a matemática não era simplesmente uma matéria a ser dominada, mas antes um modo de vida a ser consumado na ofuscante luz da Deidade. Dee pensava que a ciência e a matemática eram dignas de estudo por causa de seu valor intrínseco e prático, mas ele consagrou sua vida a elas porque estava convencido de que um verdadeiro entendimento delas forneceria os subsídios para uma religião global de amor e tolerância, os correlatos sociais do aprendizado e do silêncio. Embora não visse esta sua visão realizada, sua vida é um testemunho de seu poder e a validação de seu potencial.




John Dee: MONAS HIEROGLYPHICA - tenta simbolizar a homogeneidade do Universo e do Criador.

O cosmos é representado pelo "Ovo da Águia", que não é exatamente circular quando considerado de um ponto de vista heliocêntrico.

Dentro dele se encontram as grandes forças duais representadas pelo sol e pela lua, a primeira sendo criativa e iluminadora, e a segunda material e reflexiva. Elas se conjugam porque o poder solar não pode criar sem um substrato, e o veículo lunar não pode ser produtivo sem o alimento do sol. Assim, as hierarquias solar e lunar são mutuamente interdependentes, embora o sol seja invariavelmente a força causativa e superior.

O ponto no centro do sol é o ponto de onde derivam todas as linhas e círculos (uma vez que uma linha não pode ser escrita sem pontos), e portanto é a semente do hieróglifo desdobrado. Esta é a primeira e mais elevada manifestação da atividade divina, e por isso é o Um.

A cruz representa o ternário criativo como duas linhas e sua intersecção. Também representa o quaternário material através de quatro linhas se irradiando de um centro comum e produzindo quatro ângulos retos, que representam os quatro elementos, as quatro direções e os quatro reinos visíveis da Natureza (mineral, vegetal, animal e humano).

Os dois semicírculos abaixo da cruz constituem o signo zodiacal de Áries, o signo do fogo inicial e o começo de tudo que é terrestre. Tomados juntos, estes símbolos fornecem uma imagem da estrutura dinâmica da Natureza nas escalas cósmica e humana, e um meio para a autotransformação que conduz à verdadeira magia, que é a posse da sabedoria como uma arte e uma ciência.

Traçando linhas de conexão e círculos de formas diferentes, a pessoa pode localizar os símbolos dos sete planetas sagrados (Lua, Vênus, Mercúrio, Sol, Marte, Júpiter e Saturno) e com isso a força sétupla da Natureza invisível. Usando estas chaves a pessoa tem como base para meditação os princípios necessários para a transmutação alquímica de sua própria natureza reduzindo-a a matéria prima ou fluido no ovo, e modelando-o em formas novas.

"Sei perfeitamente bem que tem havido certos homens que, através da arte dos escaravelhos, dissolveram o ovo da águia e sua casca com pura albumina e com isso fizeram uma mistura de tudo... Com isso quero dizer que se completou a grande metamorfose do ovo... Quem se dedica sinceramente a estes mistérios verá com clareza que nada pode existir sem a virtude de nossa Mônada hieroglífica."



De Haptarchia Mystica que, em síntese, é um sistema de ocultismo prático, escrito em colaboração com Edward Kelly. Esse sistema mágico, chamado de "enoquiano", passou a fazer parte, em tempos relativamente recentes, dos ensinamentos de algumas escolas mágicas - por exemplo, a Golden Dawn. Os documentos de sua apresentação podem ser encontrados no Misteriorum Libri Quinti de Dee

DIÁRIO DE DEE

 
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Michael Maier (1568 - 1622)

Foi médico, filósofo e alquimista alemão. Escreveu o tratado alquímico Atalanta Fugiens.

Atalanta Fugiens
UM TRATADO MUSICAL DE ALQUIMIA

Maier ensina subtilmente uma filosofia mística, religiosa e alquímica, por meio dos símbolos e dos emblemas do seu livro, cada um dos quais apresenta um modo de expressão poético, pictórico e musical.


A obra de Majer e de Bry é um autêntico tratado de ocultismo em cinquenta "emblemas esotéricos".





Cada "emblema" comporta três elementos: um "epigrama", breve poema alegórico em latim, acompanhado da sua tradução em alemão; uma gravura simbólica e uma "fuga" a três vozes, escrita sobre os dois primeiros versos do epigrama.Um título indica a significação geral de cada emblema. Cada um deles transpõe um mito antigo, conferindo-lhe uma ressonância alquímica.


O ponto de partida, ilustrado no frontispício, tem por base a lenda da deusa Atalanta (também chamada Ártemis e mesmo Diana, pelos Gregos e Romanos). Podemos seguir a sua aventura no enquadramento do título: à esquerda, no Jardim das Hespérides (as três ninfas no alto da gravura, são Aegle, Aeretusa e Hespertusa), guardado pelo dragão de sete cabeças (igualmente em cima), Hércules apossa-se dos frutos de ouro. Três deles caem nas mãos de Afrodite (Vénus) que, mortificada pela feroz castidade de Atalanta, os entrega ao belo Hipomanes com a missão de a seduzir. Hipomenes, conhecendo o estratagema pelo qual Atalanta se livrava dos pretendentes, resolver enganá-la.


Atalanta impunha-lhes uma prova de corrida. Se o pretendente a vencesse, teria direito a desposá-la. Caso contrário, teria a cabeça decepada - o que sempre acontecia, uma vez que Atalanta era mais leve e mais veloz do que qualquer mortal. Hipomenes colocou-se entre os concorrentes. No momento da prova atirou os três frutos de ouro para a frente de Atalanta. Esta, curiosa, ou um tanto cúpida, abaixou-se para os examinar e recolher e, com isto, perdeu algumas passadas, o que bastou para que Hipomenes a vencesse (em baixo, à esquerda da gravura). A união consumou-se num templo consagrado a Zeus ou a Deméter (em baixo, à direita). Irritado por semelhante acto de profanação, o deus (ou a deusa), transformou-os respectivamente em leão e leoa (em baixo, à direita).


Na gravura VIII vemos um homem erguendo uma espada com a qual irá tocar num ovo colocado sobre uma mesa baixa.À sua frente tem uma grande lareira com fogo de lenha a arder, e à sua direita um longo corredor abre para uma paisagem que se adivinha lá fora.A legenda diz: "Pega no ovo e toca-lhe com um glaivo de fogo". Nos versos do Epigrama conclui-se "...Com prudencia/toca-o (ao ovo) com uma espada de fogo, é esse o uso."


Nesse livro se desvenda o significado de vários mitos da Antiguidade clássica, mitos esses que, segundo Maier e outros alquimistas rosacrucianos, teriam um fundo químico oculto: por exemplo, o conhecido enigma de Édipo — qual é o animal com quatro pernas de manhã, duas ao meio-dia e três ao fim da tarde, e uma só voz —, não tem como resposta «o homem», mas sim a «pedra filosofal». Numa das gravuras da Atatlanta Fugiens vê-se em primeiro plano um grupo de três seres: um bebé gatinhando com um rectângulo na testa, ou seja, o princípio da força quadrática fundamental da «pedra» (nigredo), um adulto com uma meia-lua, também na testa, formada por duas linhas com duas pontas, figurando a pedra lunar branca (albedo), e um velho encurvado com um triângulo na testa e apoiando-se a uma bengala — o triângulo do corpo-alma-espírito, ou seja, a pedra filosofal solar, dotada do poder de tingir e curar (rubedo).






 
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Michael Sendivogius (1566 - 1636)

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Michał Sędziwój foi um alquimista, filósofo e médico polonês. Discípulo de Alexander Sethon.

Ele foi um dos poucos alquimistas que supostamente conhecia o segredo da Pedra filosofal. E foi feito prisioneiro diversas vezes por príncipes alemães, que o torturaram a fim de que contasse sobre seus segredos.

Seus trabalhos e livros, sendo o mais famoso deles 'Uma Nova Luz de Alquimia' (original em latim publicado em 1605), foram escritos na linguagem dos alquimistas, na realidade um código secreto que era compreensível apenas por outros alquimistas. Além de uma exposição relativamente clara da teoria de Sendivogius sobre a existência de um 'alimento da vida' no ar (isto é, do oxigênio), seus livros continham várias teorias científicas, pseudocientíficas e filosóficas e foram repetidamente traduzidas e divulgadas por pessoas ilustres tais como Isaac Newton no século XVIII.

Sendivogius é citado in Ennoea.Ver Manget, v. 2, p. 463: Novum Lumen Chemicum (doze tratados), Dialogus Mercurii, Alchemistae et Naturae, Tractatus de Sulphuris e Chemia; Musaeum Hermeticum Reformatum: Novum lumen chemicum, Aenigma philosophicum, Dialogus Mercurii et Alchymistae et Naturae e Novi luminis tractatus alter de sulphure.

Sua obra mais famosa foi Novum lumen chymicum (1604); o presente trabalho se baseia na tradução inglesa de 1674, A New light of alchymy. Nos doze tratados que constituem a primeira parte desse livro, Sendivogius discute o que chamaríamos de uma ‘teoria da matéria’. Seu objetivo seria ajudar filósofos ou alquimistas a entender o segredo da pedra filosofal — cuja preparação e virtudes também são explicadas, ainda que obscuramente.

Sendivogius afirmava que todos os orpos proviriam de ‘sementes’. Assim, caso a ‘semente’ contida em um pedaço de ouro pudesse germinar adequadamente, teríamos a multiplicação do ouro. Para ele, “o ouro vulgar é como uma erva sem semente; quando ele amadurece, produz a semente”. Contudo, o ouro normalmente não consegue amadurecer devido à ‘crueza’ do ar, que não tem o ‘calor’ suficiente para levar adiante o processo.

Ele fez uma analogia: existem laranjeiras na Polônia que florescem e dão frutos porque nesse país há calor suficiente; mas se forem plantadas em lugares mais frios nunca darão frutos. Assim, para que o ouro também dê frutos e sementes é preciso que o ‘artífice’ — por meio do fogo — ajude a natureza naquilo que ela não é capaz de fazer sozinha (Sendivogius, 1674, p. 90).

O primeiro passo para permitir o amadurecimento do ouro seria ‘abrir seus poros’, dissolvendo-o com uma ‘água’ muito especial: ‘a água que não molha as mãos’. Dez partes dela deveriam ser misturadas a uma parte de ‘ouro vivo’, e a mistura aquecida até a ‘resolução’ do corpo do ouro, obtendo-se a ‘umidade radical’ dos metais. A este produto se deveria adi- cionar ‘água de salitre’ e aquecer por um longo período — quando se observariam mudanças de cor. Então — quando a parte líquida da mistura fosse capaz de "tingir" um pedaço de ferro — se deveria adicionar o ‘leite da terra’, um líquido capaz de ‘calcinar ouro’. Sendivogius concluiu: “Até aqui chegou minha experiência; nada mais posso fazer, nada mais encontrei” — estando finalizada a preparação da
pedra filosofal.

Outra passagem de Novum lumen chymicum leva a crer que a expressão ‘ouro vivo’ se refere ao ouro antes de ser fundido e trabalhado pelo metalurgista (Sendivo-gius, 1674, p. 10)

O passo seguinte da receita de Sendivogius fala na adição de ‘água de salitre’. - O salitre de
Sendivogius corresponde ao que hoje chamamos de oxigênio.

Após
um período prolongado de aquecimento nas condições que descrevemos, é possível que o ouro se solubilize, ao menos em parte. É claro que a solução assim obtida seria capaz de ‘tingir’ o ferro e outros metais — pela deposição de ouro metálico em sua superfície. O último passo menciona a adição de uma ‘água’ capaz de ‘calcinar o ouro’ — que poderia ser a ‘água-régia’, cuja preparação,
segundo Bugaj, Sendi-vogius também conhecia.

Um ponto fundamental na filosofia de Sendivogius era sua crença numa analogia entre o macrocosmo (o Universo como um todo) e o microcosmo (o ser humano) — um tema então mui-
to comum, cuja origem remonta à Antiguidade, e que foi de extrema importância na obra de Paracelso (Pagel,1982, p. 214-215), um dos autores mais influentes sobre Sendivogius. As partes do Universo seriam interligadas, e as analogias e simetrias poderiam ser observadas em todo lugar. Existiria, por exemplo, uma simetria entre o Sol e o ‘fogo central’ residente no interior da
Terra:

“... o Sol é o centro entre as esferas dos planetas, e a partir deste centro dos céus, [o Sol] irradia seu calor para baixo, por meio de seu movimento. Assim também no centro da Terra há o sol da Terra, que devido a seu movimento perpétuo envia seu calor, ou raios, para cima, rumo à superfície da Terra.” (Sendivogius, 1674, p. 33)

Essa simetria seria fundamental para a geração dos seres. O calor e as emanações provenientes de cada um desses sóis, ao se encontrarem, gerariam a vida. Haveria também uma simetria entre o mar ligado ao sol central (isto é, as águas comuns da terra) e o mar ligado ao Sol celestial — que seria a atmosfera:

“Assim como o sol central tem o seu mar, e águas cruas, que são perceptíveis, também o Sol celestial tem o seu mar, e águas sutis, que não são perceptíveis.
Na superfície [da Terra] os raios de um se unem aos raios do outro e produzem flores e todas as outras coisas. Portanto, quando se formam as chuvas, estas recebem do ar aquele po- der da vida e o juntam com o salitre da terra...” (Sendivogius,1674, p. 44)

Sendivogius revela a existência de outra analogia fundamental: entre o ‘poder da vida’ residente no ar e governado pelo Sol celestial e o ‘salitre da terra’. Esse salitre seria capaz de atrair o ‘poder da vida’, assim como o ímã é capaz de atrair o ferro;
 
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Manifestos - Francis Bacon

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Fama Fraternitatis Rosae Crucis (Fama fraternitatis Roseae Crucis oder Die Bruderschaft des Ordens der Rosenkreuzer), ou simplesmente Fama Fraternitatis, é um manifesto rosacruciano publicado em 1614 na cidade alemã de Kassel.

Fama Fraternitatis foi dirigido às autoridades políticas e religiosas, bem como aos cientistas da época. Ao mesmo tempo em que fazia um balanço talvez negativo da situação geral na Europa, revelou a existência da Ordem da Rosa+Cruz através da história alegórica de Christian Rosenkreutz (1378-1484), desde o périplo que o levara pelo mundo inteiro antes de dar vida à Fraternidade Rosacruz, até à descoberta de seu túmulo. Esse Manifesto já fazia apelo a uma Reforma Universal. Continha a história, a constituição e as Leis da Ordem. A confissão da Fraternidade da Rosa-Cruz dava 37 razões para sua existência, definindo seus objetivos e os meios para alcançá-los.

‘Fama Fraternitatis’


Confessio Fraternitatis (Confessio oder Bekenntnis der Societät und Bruderschaft Rosenkreuz), ou simplesmente Confessio Fraternitatis, é um manifesto rosacruciano publicado em 1615 na cidade alemã de Kassel.

Confessio Fraternitatis completou o primeiro Manifesto, por um lado insistindo na necessidade do ser humano e a sociedade se regenerarem e, por outro lado, indicando que a Fraternidade dos Rosacruzes possuía uma ciência filosófica que permitia realizar essa Regeneração. Nisso ela se dirigia antes de tudo aos buscadores desejosos de participar nos trabalhos da Ordem e promover a felicidade da Humanidade. O aspecto profético desse texto intrigou muito os eruditos da época.


Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz (Chymische Hochzeit Christiani Rosencreutz anno 1459), ou simplesmente Núpcias Alquímicas (ou Químicas) de Christian Rozenkreuz, é um manifesto rosacruciano publicado em 1616 na cidade alemã de Estrasburgo (anexada à França em 1681).

O Casamento Alquímico de Christian Rosenkreutz, num estilo bastante diferente dos dois primeiros Manifestos, relatou uma viagem iniciática que representava a busca da Iluminação. Essa viagem de sete dias se desenrolava em grande parte num misterioso castelo onde deviam ser celebradas as bodas de um rei e de uma rainha. Em termos simbólicos, o Casamento Alquímico descrevia a jornada espiritual que leva todo Iniciado a realizar a união entre sua alma (a esposa) e Deus (o esposo).
 
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Francis Bacon (1561-1626)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007
Francis Bacon foi um dos mais conhecidos e influentes rosacruzes e também um alquimista, tendo ocupado o posto mais elevado da Ordem Rosacruz, o de Imperator. Estudiosos apontam como sendo o real autor dos famosos manifestos rosacruzes, Fama Fraternitatis (1614), Confessio Fraternitatis (1615) e Núpcias Alquímicas de Christian Rozenkreuz (1616).


Francis Bacon estava ligado a sociedades secretas. Rattansi ­ É verdade, mas o racionalismo de sua obra prevaleceu. Bacon interessava-se por astrologia e tentou formular uma ciência empírica baseada na co-relação das conjunções astrológicas e os fatos históricos. Se tivesse levado a cabo esse projeto, a ciência hoje seria completamente diferente. Mas pressões acadêmicas da época forçaram-no a abandonar a empreitada.

A produção intelectual de Bacon foi vasta e variada. De modo geral, pode ser dividida em três partes: jurídica, literária e filosófica.


As obras filosóficas mais importantes de Bacon são Instauratio magna (Grande restauração) e Novum organum. Nesta última, Bacon apresenta e descreve seu método para as ciências. Este novo método deverá substituir o Organon aristotélico.



Seus escritos no âmbito filosófico podem ser agrupados do seguinte modo:



1) Escritos que faziam parte da Instauratio magna e que foram ou superados ou postos de lado, como: De interpretatione naturae (Da interpretação da natureza), Inquisitio de motu (Pesquisas sobre o movimento), Historia naturalis (História natural), onde tenta aplicar seu método pela primeira vez;



2) Escritos relacionados com a Instauratio magna, mas não incluídos em seu plano original. O escrito mais importante é New Atlantis (Nova Atlântida), onde Bacon apresenta uma concepção do Estado ideal regulado por idéias de caráter científico. Além deste, destacam-se Cogitationes de natura rerum (Reflexões sobre a natureza das coisas) e De fluxu et refluxu (Das marés);



3) Instauratio magna, onde Bacon procura desenvolver o seu pensamento filosófico-científico e que consta de seis partes:


(a) Partitiones scientiarum (Classificação das ciências), sistematização do conjunto do saber humano, de acordo com as faculdades que o produzem;


(b) Novum organum sive Indicia de interpretatione naturae (Novo método ou Manifestações sobre a interpretação da natureza), exposição do método indutivo, trabalho esse que reformula e repete o Novum organum;


(c) Phaenomena universi sive Historia naturalis et experimentalis ad condendam philosophiam (Fenômenos do universo ou História natural e experimental para a fundamentação da filosofia), versa sobre a coleta de dados empíricos;


(d) Scala intellectus, sive Filum labyrinthi (Escala do entendimento ou O Fio do labirinto), contém exemplos de investigação conduzida de acordo com o novo método;


(e) Prodromi sive Antecipationes philosophiae secundae (Introdução ou Antecipações à filosofia segunda), onde faz considerações à margem do novo método, visando mostrar o avanço por ele permitido;


(f) Philosophia secunda, sive Scientia activa (Filosofia segunda ou Ciência ativa), seria o resultado final, oragnizado em um sistema de axiomas.




 
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Nostradamus - ( 1503-1566)

Michel de Nostredame ou Miquèl de Nostradama foi um apotecário e pretenso médico da Renascença que praticava a astrologia e a alquimia (como muitos dos médicos do século XVI).




Escritas em linguagem simbólica, as Profecias de Nostradamus escondem, em diversas quadras, a sabedoria esotérica preservada pelos iniciados na arte da alquimia.







Pouca gente sabe que o médico e astrólogo Michel de Notredame levava particularmente uma vida secreta regrada pela excelsa tradição dos alquimistas. Seguiu à risca todos os seus preceitos, exceto aquele que pede a preservação do anonimato em suas vidas. Mas desculpa-lhe o fato de ter sido um dos principais médicos a se envolver no combate à terrível peste negra que assolava a Europa, mais precisamente o sul da França, na primeira metade do século 16.




Na IV Centúria, quadras 28, 29, 30, 31 e 33, raro ponto do extenso livro em que as quadras alquímicas se acham assim concentradas, muito próximas. Outras mais se dispersam ao longo de toda a obra.




Detenhamo-nos na quadra 29, acima citada:


Le sol caché eclipse par Mercure,
Ne sera mis que pour le ciel seconde:
De Vulcan Hermes sera faicte pasture,
Sol sera veu pur, rutilant e blond.


(“O Sol estará eclipsado por Mercúrio,
Não estará posto senão em céu segundo:
De Vulcano Hermes será feito pastor [ou pasto],
Sol será visto puro, rutilante e dourado.”)


Genericamente falando, a simbologia alquímica nos leva à imagem do chumbo, metal denso e pesado, associado aos aspectos mais brutos de nosso psiquismo, sendo transformado em ouro pela ação parcimoniosa do alquimista. Ora et Labora (ou seja, “oração e trabalho”) é uma das principais máximas dos iniciados em seus mistérios. Daí vem o termo laboratório (labor, trabalho; oratório, lugar de orações), a designar para os alquimistas tanto o local de pesquisas e estudo da natureza, como também o sentido de suas buscas. Nessa temática, o elemento ouro, metal nobre e incorruptível, representa o ideal de perfeição almejado. Puro e reluzente, acha-se simbolicamente ligado a tudo aquilo que brilha dentro de nós. Representaria assim nossos melhores aspectos, ou mesmo a divindade, essencialmente presente em toda e qualquer parte do universo, inclusive em nosso mundo interior, onde se escondem em suas partes mais profundas outros inúmeros aspectos terríveis e grotescos que esperam por sua delapidação, isto é, pela transmutação capaz de lhes (nos) aprimorar o espírito.




Os alquimistas dedicavam-se, exclusivamente, à edificação da Opus Magna, ou “Grande Obra”, na linguagem esotérica. Isso nada mais significa do que a responsabilidade atribuída a cada um de edificar a própria vida, que deveria estar destinada ao aprimoramento pessoal. Daí ser fundamental a procura pela pedra filosofal, espécie de catalisador espiritual de todo o processo alquímico, capaz de acelerar a transmutação do chumbo em ouro.







A imagem da pedra filosofal, na verdade, está associada ao deus grego Hermes (Mercúrio para os romanos), personagem mitológico que se comporta como “mensageiro de Zeus”, a servir de elo entre nós, seres humanos, e a suprema divindade. A pedra viabilizaria, portanto, a descoberta do elemento áureo ou divino que trazemos em nosso âmago, cujo poder é o de nos transformar para algo melhor, sutil e valioso.







Na Biblioteca Nacional de Paris e na Biblioteca Méjanes de Aix-en-Provence estão guardadas 51 cartas, entre enviadas e recebidas, datadas entre 1557 e 1565, nas quais Nostradamus se declara alquimista, ainda que de modo reservado, somente entre seus pares, para não despertar maiores problemas do que os que já tivera com a Santa Inquisição.











NOSTRADAMUS - curiosidades



 
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Paracelso - Algumas Obras

domingo, 23 de dezembro de 2007
Os alquimistas velaram principalmente seus segredos por meio de símbolos e frases alegóricas, a que os profanos atribuíam as mais grotescas interpretações, quando toma-das ao pé da letra.



Como discípulo de Tritheme, Paracelso assimilou sua terminologia e em seu vocabulário chama o princípio da Sabedoria de Adrop e Azane, que correspondem a uma tra-dição esotérica da Pedra Filosofal, onde Azoth é o princípio criador da natureza ou força vital espiritualizada, Cherio é a quintessência de um corpo, seja ele animal ou mineral; é o seu quinto princípio ou potência, Derses é o sopro oculto da terra que ativa seu desenvolvimento.


Segundo sua interpretação a Magia é a Sabedoria; é o emprego consciente das forças espirituais que visa a obtenção de fenômenos visíveis ou tangíveis, reais ou ilusórios, é o uso do poder da vontade, do amor e da imaginação, representa a força mais poderosa do espí-rito humano empregada em prol do bem. Assim, o glossário de Paracelso se caracteriza pelo caráter oculto de uma terminologia, no entanto, a chave dessa linguagem misteriosa não se perdeu, foi guardada pelos cabalistas e transmitida oralmente entre os iniciados.


Defendia a teoria da transmutação dos metais em substâncias diversas, aceitas até os dias de hoje; suas investigações principais ocuparam-se das propriedades curativas dos metais conhecida atualmente como Metaloterapia. Suas investigações culminaram na teoria das três Substâncias, onde todos os corpos estão formados por três princípios básicos, que ele chamou de Enxofre, Mercúrio e Sal, os quais não devem ser confundidos com os assim cha-mados pela química moderna pois, tem um significado simbólico, onde: o Enxofre (carga ener-gética) significa o fogo, o Mercúrio (princípio úmido (líquido) representa a água e o Sal(parte mais sólida representa a terra ou ainda a Volatilidade, Fluidez ou Solidez. Cada substância ou matéria em crescimento é constituída de Sal, Enxofre e Mercúrio; a força vital consiste na união dos três princípios, uma tríplice ação; a ação da purificação por meio do Sal, dissolução e consumação pelo enxofre e a eliminação pelo Mercúrio, o qual absorve o que o Sal e o En-xofre repelem.


Ainda na maioria dos três princípios, considerava como premissa de toda ativi-dade a parte constitutiva de todos os corpos: Alma, Corpo e Espírito, de uma matéria que é única.



Em sua obra "ARQUIDOXO MÁGICO", que trata de amuletos e talismãs, é que Para-celso expõe seus conhecimentos da imensa força do magnetismo, combinando metais sob de-terminadas influências planetárias com o objetivo de curar doenças. Entre os metais utiliza-dos destacam-se ouro, prata, cobre, ferro, estanho, chumbo e mercúrio, no total de sete, com sig-nos celestes e caracteres cabalísticos.





Em "AS PROFECIAS", publicadas pela primeira vez na língua alemã por volta de 1530, estavam 32 gravuras simbólicas que tinham sido encontradas no monastério de Dar-thauser em Nurenberg; cada gravura estava acompanhada de uma legenda escrita em um estilo obscuro e enigmático, com textos de difícil interpretação; neles estariam guardadas os aconte-cimentos do futuro em uma espécie de filme, porém cujo desenrolar seria independente da se-qüência cronológica.


A sua "FILOSOFIA OCULTA" possui um especial interesse, por conter opini-ões sobre as artes mágicas, manifestando seu vínculo ideológico ao cristianismo, destacando o papel da fé e da imaginação; contém uma série de observações que poderiam muito bem in-cluir-se no que hoje chamamos Medicina Psicossomática.


Na "BOTÂNICA OCULTA" diz que para conhecermos o mundo das plantas do ponto de vista oculto, devemos necessariamente estudá-las em suas relações com o Macro e o Microcosmo. Cada planeta é como uma estrela terrestre, suas propriedades celestes se acham inscritas nas cores das pétalas e suas propriedades terrestres na forma das folhas; toda a magia nelas esta contida, uma vez que em seu conjunto as plantas representam a potência dos astros; o Reino Vegetal esta sob a influência dos planetas e tem como finalidade alimentar o homem e curar suas doenças. Em seu corpo físico atua a alimentação, em seu corpo eletro-magnético atuam pela cura de suas doenças e em seu corpo astral: sonambulismo ou êxtase.





Em sua obra "TRATADO DAS DOENÇAS INVISÍVEIS", nos diz que se qui-sermos buscar a Deus, devemos buscá-lo dentro de nós mesmos, pois fora jamais o encontra-remos. O Reino de Deus, dizia ele, contém uma relação intima com nossa vida de Fé e de Amor, uma infinidade de mistérios que a alma penetrante vai descobrindo uma por uma.
 
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Botanica Ocuta - Paracelso

No glossário de Paracelso vemos que o princípio da sabedoria se chama Adrop e Azane, que corresponde a uma tradução esotérica da pedra filosofal.

Azoth é o princípio criador da Natureza ou a força vital espiritualizada.


Cherio é a quintessência de um corpo, seja ele animal, vegetal ou mineral; é o seu quinto princípio ou potência.


Derses é o sopro oculto da Terra que ativa seu desenvolvimento.


Ilech Primum é a Força Primordial ou Causal.


Magia é a sabedoria, é o emprego consciente das forças espirituais, que visa a obtenção de fenômenos visíveis ou tangíveis, reais ou ilusórios; é o uso benfeitor do poder da vontade, do amor e da imaginação; representa a força mais poderosa do espírito humano empregada em prol do bem. Magia não é bruxaria.






Observamos que Paracelso estabeleceu uma divisão dos elementos a serem estudados nos corpos animais, vegetais ou minerais. Dividiu-os em Fogo, Ar, Água e Terra, conforme tinham procedido também os antigos. Estes elementos se acham presentes em todo corpo, seja ele organizado ou não, e separáveis uns dos outros.


Estas investigações culminaram em sua Teoria das Três Substâncias, bases necessárias a todos os corpos, a que ele chamou de enxofre, mercúrio, sal, em sua linguagem cifrada. O enxofre significa o fogo; o mercúrio, a água; o sal, a terra. Ou, de outra maneira: a volatilidade, a fluidez, a solidez. Omitiu o ar por considerá-lo produto do fogo e da água. Todos os corpos, orgânicos ou minerais: homem ou metal: ferro, diamante ou planta constituíam, segundo ele, combinações variadas desses elementos fundamentais.


Teoria dos Três Princípios: sustenta que cada substância ou matéria em crescimento é constituída de Sal, Enxofre e Mercúrio; a força vital consiste na união dos três princípios; existe, portanto, uma ação tríplice, sempre atuante para cada corpo: a ação da purificação por meio do sal, a da dissolução ou consumação pelo enxofre e a da eliminação pelo mercúrio. O sal é um alcalino; o enxofre, um azeite; o mercúrio, um licor (a água), mas cada uma das matérias possui sua ação separadamente das outras. Nas doenças de certa complicação, as curas mistas são indispensáveis.


Paracelso descreve as três maneiras como o sal limpa e purga o corpo diariamente pela vontade do Archeus ou a força vivificante, inerente a cada órgão. No mundo dos elementos há várias espécies de álcalis, como a cássia, que é doce; o sal-gema, que é acre; o acetado de estanho, que é azedo; a colocíntida, que é amarga. Determinados álcalis são naturais enquanto que outros são extratos; e outros ainda se acham coagulados e atuam por expulsão ou por transpiração ou por outros meios.


TEORIAS HERMÉTICAS - Na origem primordial das coisas, os filósofos concebiam um caos no qual estavam prefiguradas as formas de todo o Universo; uma matriz ou matéria cósmica e, por outro lado, urçi fogo gerador em que a ação recíproca constituía a mônada, a pedra de vida ou Mercúrio: meio e fim de todas as forças.

Este fogo é ardente, seco, macho, puro, forte; é o espírito de Deus levado sobre as águas, a cabeça do dragão, o Enxofre.

Este Caos é uma água espermática, cálida, fêmea, úmida, lodosa, impura: o Mercúrio dos alquimistas.

A ação destes dois princípios, no Céu, constitui o bom princípio:* luz, o calor, a geração das coisas.

A ação destes dois princípios sobre a Terra constitui o mau princípio: a obscuridade, o frio, putrefação ou a morte.

Sobre a Terra o fogo puro se converte em grande Limbo o yliáster, o misterium magnum de Paracelso; isto é, uma terra vã e confusa, uma lua, com água mercurial, o Tohu v'bohou de Moisés.

Finalmente, a água pura e celeste passa a ser uma matriz, terrestre, fria e seca, passiva: o Sal dos alquimistas.

Desta maneira vemos como na Natureza todas as coisas passam por três idades. Seu começo ou nascimento surge na presença de seus princípios criadores. Este duplo contato produz uma luz, depois vêm as trevas e uma matéria confusa e mista: é a fermentação.

Esta fermentação termina com uma decomposição geral ou putrefação, depois do que as moléculas da matéria em ação começam a coordenar-se, segundo a sutilídade da mesma: é a sublimação, é a vida que se manifesta.

Finalmente, chega o momento em que este último trabalho cessa: é a terceira idade. Então se estabelece a separação entre o sutil e o rude; o primeiro se eleva ao céu; o segundo permanece na terra; o restante permanece nas regiões aéreas. É o último término, a morte.

Conseguimos registrar o transcurso das quatro modalidades da substância universal chamadas Elementos; o fogo, a terra e a água reconhecemo-los facilmente e podemos coordenar todas estas noções, estabelecendo um quadro de analogia que podemos ler mediante o triângulo pitagórico.

Este processo é seguido na índia (sistema Sankya) e na Cabala (Tarot e Sefiroth).

Eis aqui os princípios atuantes nos três mundos, segundo a terminologia hermética:

No primeiro mundo, o Espírito de Deus, o Fogo incri-ado, fecunda a água sutil, caótica, que é a luz criada ou a alma dos corpos.
No segundo mundo, essa água caótica, que é ígnea e contém o enxofre de vida, fecunda a água intermédia, este vapor viscoso, úmido e gorduroso, que é o espírito dos corpos.
No terceiro mundo, esse espírito, que é fogo elemental, fecunda o éter ígneo, que se chama também água espessa, lodo, terra andrógina, primeiro sólido e misto fecundado.

Assim, cada criatura terrestre é formada pela ação de três grandes séries de forças: umas provêm do céu empírico; outras, chegam do céu zodiacal;e as últimas, do planeta ao qual a respectiva criatura pertence.

Do céu empírico vêm a Anima Mundi, o Spiritus Mun-di e a Matéria Mundi, vapor viscoso, semente universal e incriada.
Do céu zodiacal vêm o enxofre de vida, o mercúrio intelectual ou éter de vida e o sal de vida ou água-princípio, semente criada e matéria segunda dos corpos.
Do planeta vêm o fogo elemental, o ar elemental (veículo de vida) e a água elemental (receptáculo de sementes e semente inata dos corpos).
 
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