Eugène Léon Canseliet ( 1899 - 1982)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Foi um alquimista francês.
Autor de diversos livros de alquimia, entre os quais se destaca Deux Logis Alchimiques, e de diversos artigos publicados em revistas, faleceu em um sábado, 17 de abril de 1982, na cidade de Savignies, e foi enterrado em Neuville-le-Vault, numa campa próxima do seu amigo Philéas Lebesgue.
O Mutus Liber, como nome diz, é um livro mudo, sem palavras. Editado originalmente por Eugene Canseliet, e tendo seu autor permanecido anônimo, O Livro Mudo da Alquimia é uma das mais relevantes e belas produções da tradição pictórica do hermetismo medievo. O livro consiste de uma série de figuras que ilustram, do princío à sua realização, todo o trabalho alquímico.
O "Mutus Liber" é um livro composto por 15 gravuras reportando para o método da Grande Obra alquímica. Não é verdade que este livro não tenha palavras pois, logo na primeira página aparecem refrencias codificadas à bíblia e, na folha 14, existe uma expressão latina conhecida dos alquimista: "Ora, lege, lege, lege, relege, labora et invienes" ou seja, lê, lê, lê, re-lê, trabalha e encontrarás.

O facto por detrás do conceito aceite de que o livro é mudo deve-se no entanto à total incompreensão dos seus sinais por parte dos leigos em alquimia. Na verdade, apenas os entendidos poderiam descortinar as revelações das gravuras.

Note-se que para além da impressão original datada do século XVII, muito poucas edições mais tardias tem efectivamente valor. Citando um mero exemplo, logo na primeira placa, na edição original, aparece entre roseiras emaranhadas um paisagem campestre. Porém, em muitas edições posteriores, a paisagem que aparece foi modificada e observam-se agora cascatas. Este simples pormenor transforma uma c+opia de melhor qualidade e, mais agradavél visualmente, numa obra totalmente apócrifa pois, no mundo da alquimia, existem dois caminhos para alcançar o conhecimento. O primeiro é o caminho seco e, o segundo, é o caminho húmido. Um destes caminhos é mais rápido e perigoso e o outro mais lento mas mais seguro.

Assim deve ser visto o MUTUS LIBER. Uma complexa composição de imagem relatando por sinais apenas absorvivéis para os iniciados na matéria em que nada está representado por acaso. Assim, para os coleccionadores, apenas as edições mais fieís tem interesse real.

Muitos acreditam que o MUTUS LIBER foi criado por um certo "ALTUS". Este nome aparece logo na primeira chapa e reporta directamente ao anagrama de Jacob Saulat, o homem que, como se fazia antigamente, deu permissões para que este livro fosse editado. Bem que esta razão possa parecer coincidencia, estes anagramas eram frequentes no mundo da alquimia e do editorismo da época. Frequentemente, para as pessoas não serem persegui das por Roma nem verem as suas obras adicionadas ao Index, utilizavam homónimos e jogos de palavras para enganar as autoridades. Assim, um anagrama tão flagrante é quase aceite pela generalidade como apontando para o verdadeiro autor do MUTUS LIBER.
LAMINAS MUTUS LIBER
MUTUS LIBER - preto e branco
MUTUS LIBER - em cores

 
posted by Ana Maiz at 12:26, |

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