Roger Bacon, o Doctor Mirabilis - (1214 - 1292)

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Roger Bacon, também conhecido como Doctor Mirabilis (Doutor Admirável em latim), foi um dos mais famosos frades franciscanos de seu tempo.


Ele descreve o método científico como um ciclo repetido de observação, hipótese, experimentação e necessidade de verificação independente.


O trabalho de Roger Bacon (1214-1292, datas prováveis) pode ser dividido em duas fases. A primeira compreende sua obra de leitura, análise, questões e comentários sobre Aristóteles. A segunda, já como franciscano, abarca a maior parte da sua obra relacionada à ignorância, filosofia e teologia, línguas, matemática, ótica, ciência experimental e filosofia moral.






Para Bacon, o processo de transformação envolve algo que a produz (o agente, ou a causa eficiente) e algo que a sofre (o paciente, ou a matéria). Existem duas ações possíveis: a unívoca, que é geração (multiplicada, contínua ou a multiplicação da espécie) como, por exemplo, a luz produzindo luz. A outra, equívoca, quando a luz produz calor (ação de intensidade).

Seus avanços nos estudos da Óptica possibilitaram a invenção dos óculos e seriam em breve imprescindíveis para a invenção de instrumentos como o telescópio e o microscópio.







A originalidade de Bacon está, segundo alguns historiadores, na generalização das leis da ótica pra o estudo de todas as transformações naturais. Nesse aspecto, ele se diferencia de Tomas de Aquino, para quem os metafísicos seriam responsáveis pelo estudo dos seres incorruptíveis e isentos de movimento, os matemáticos pelo estudo dos seres com movimento e incorruptíveis, e os estudiosos da natureza responsáveis pela investigação dos seres com movimento e corruptíveis. Para Bacon, tudo poderia ser geometrizado e explicado através do uso da matemática. Assim, a matemática utilizada através dos princípios da ótica poderia ser aplicada na investigação e compreensão de todos os seres, corruptíveis e incorruptíveis, com ou sem movimento.

Para ele, a alquimia era uma ciência superior e era possível diferenciar entre a “alquimia operativa” (área na qual ele experimentou o “fazer” relacionado aos metais preciosos e tingimentos) e a “especulativa”, que tratava da geração das coisas do mundo.
Bacon trabalhou na correção do Calendário Juliano, fabricou pólvora mas ocultou a fórmula pois temia que esta perigosa invenção caísse em mãos de homens inescrupulosos.
Roger Bacon também se destacou pelo seu trabalho de alquimia, prática que, embora condenada pela Igreja medieval, ele exercia em segredo. Ele foi acusado de convocar os elementos da natureza, cria um espelho que podia revelar o futuro e esculpir um busto capaz de falar. Bacon deu uma enorme contribuição para a arte hermética. Uma famosa citação dele era a que ele comparava o trabalho alquímico com uma horta: mesmo se colhesse o que não pretendia, ter-se-ia cultivado e melhorado a colheita.
Após seu trabalho ser descoberto pela Igreja, foi perseguido e preso por dez anos.
Na prisão escreveu várias obras, entre as quais figura como grande trabalho de sua vida o livro Opus Majus, manuscrito de caráter enciclopédico que ficou perdido por cerca de 450 anos (foi encontrado e publicado em 1733). Sua obra alquímica foi reunida no século XVII com o nome Tesouro Químico de Roger Bacon e era composta dos seguintes livos: Alquimia Maior, O Espelho da Alquimia, Sobre o Leão Verde, Breviário do dom de Deus, Os Segredos dos Segredos, além de outras anotações.
Morreu pouco após sua liberdade ser concedida pela Inquisição, com oitenta anos de idade.
 
posted by Ana Maiz at 08:30, |

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